Exportações agrícolas à China continuam normais apesar do coronavírus, diz ministra
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta terça-feira (4), a jornalistas que as relações comerciais agrícolas brasileiras com a China “vão continuar tranquilamente, sem nenhum sobressalto”, apesar da proliferação do coronavírus no país asiático. Segundo o Valor Econômico a declaração foi dada após reunião pela manhã, em Brasília, com o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming. Segundo a ministra, até o momento não houve relatos de cancelamento de embarques de produtos destinados à China, principal destino da soja e das carnes brasileiras. “Tratamos das nossas relações comerciais. Até onde nós dois pudemos conversar, elas vão continuar tranquilamente, sem nenhum sobressalto, porque o Brasil é um grande parceiro da China na área de produtos agrícolas”, afirmou. De acordo com a ministra, os meses de janeiro tradicionalmente registram queda das exportações ao país asiático em função do feriado do ano novo chinês, e por isso ainda não é possível identificar anormalidades no ritmo de embarques. Ela lembrou que uma missão chinesa esteve em dezembro no Brasil para dar continuidade ao processo de habilitação de novos frigoríficos para exportar para seu mercado, e que não há novidades no processo. A ministra afirmou, ainda, que terá início o processo de certificação sanitária que tornará viável a exportação de uva brasileira para a China. “É a próxima fruta que queremos exportar”, disse. Recentemente, a China autorizou a importação do melão brasileiro, primeira fruta fresca a ser enviada aos asiáticos.
‘Passaram uma versão falsa do agronegócio brasileiro no exterior’
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, conhece o assunto como poucos. Engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, e ele próprio empresário rural, Rodrigues, de 77 anos, fala nesta entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, nesta terça-feira (4), sobre o impacto negativo da liberação de agrotóxicos e das queimadas na imagem do Brasil lá fora. Fala, também, sobre o renascimento do setor de açúcar e álcool, depois da crise que o abalou no governo Dilma, o aumento do preço da carne e a liberação do uso de armas no campo. Sobre o governo Bolsonaro ter sido muito criticado no Brasil e no exterior por ter liberado cerca de 500 agrotóxicos em apenas um ano, Roberto Rodrigues destaca que, “é um pouco diferente entre o fato e a versão. A verdade é que, até o governo Temer, liberar um defensivo agrícola no Brasil demorava em média oito anos. Nos países desenvolvidos, leva entre um e dois anos. Toda empresa que faz um investimento numa nova molécula está buscando mais sustentabilidade. Ninguém é louco de fazer um negócio mais agressivo ao meio ambiente num cenário em que a questão ambiental é uma preocupação da maioria da população mundial, sobretudo a juventude. Portanto, licenciar novas moléculas é um avanço na direção da sustentabilidade ambiental. Nós ficamos muito tempo amarrados no mercado por causa de uma idiotice burocrática, meio ideológica. No meu tempo no governo (2003-2006), isso aconteceu com os transgênicos, que estavam liberados nos Estados Unidos, na Argentina, e nós aqui estávamos ficando para trás. Aí, fizeram a lei de biossegurança e o problema foi equacionado”. Sobre o renascimento do setor de açúcar e álcool, Rodrigues destacou que, “dizer que a crise ficou para trás é um otimismo demais. Mas acho que está passando. Tivemos um problema sério no governo da presidente Dilma Rousseff, porque toda a estratégia de combate à inflação passava pelo congelamento dos preços dos combustíveis. Os países asiáticos, especialmente a Índia, iniciaram um processo muito grande de subsídio à produção de cana. A produção de açúcar cresceu demais na Índia, que passou a ser um grande produtor mundial, enchendo o mercado de açúcar, e os preços despencaram, porque o consumo não cresceu tanto quanto a produção. Com isso, o setor, que já vinha combalido por causa do problema criado no governo Dilma, acabou se arrebentando todo”.
França ratifica proibição de exportação de pesticidas
Conforme publicou o portal AgroLink nesta quarta-feira (5), o Conselho Constitucional da França ratificou o veto legal sobre a produção, armazenamento, circulação e exportação de produtos que contenham substâncias ativas que não foram aprovadas pela União Europeia (UE). A decisão resultou de uma ação da associação de produtores e da União Francesa de Sementes, que alegou que a proibição de exportar seus produtos teve sérias consequências para as empresas e violou a liberdade de comércio. O Conselho lembrou que a lei em vigor proíbe a produção, armazenamento, circulação e exportação de produtos como herbicidas, fungicidas, inseticidas ou matadores de ácaros que não foram aprovados pela UE, devido a seus efeitos nocivos à saúde humana e animal, e o ambiente. Considerou também que, de acordo com os princípios da República Francesa, “a proteção do meio ambiente, patrimônio comum dos seres humanos, é um objetivo de valor constitucional” e também “a proteção da saúde”. As exigências sanitárias da França são rigorosas e fizeram com que produtores agrícolas e ecologistas protestassem contra o acorda da União Europeia com o Mercosul, porque, segundo eles o Brasil não obedece a tais regras. Na visão deles, além da “concorrência desleal” por conta disso, os consumidores do bloco também seriam “enganados” ao comprar produtos agrícolas do Mercosul, afirmam. No entanto, sobre esse assunto, os ministros franceses declararam não saber se o país dará apoio ao acordo comercial. “O acordo só será ratificado se o Brasil respeitar seus engajamentos. Nós vamos esmiuçar o texto”, afirmou François de Rugy, ministro da Transição Ecológica.
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O Estado de S.Paulo – ‘Passaram uma versão falsa do agronegócio brasileiro no exterior’
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O Boletim NK, produzido pela NK Consultores Relações Governamentais, é uma compilação das principais notícias publicadas em meios de comunicação do país sobre temas ligados ao setor.
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