Redução de anticorpos contra a Covid-19 pode ocorrer em até três meses, diz estudo
Pessoas que tiveram Covid-19, com ou sem sintomas, podem apresentar queda nos níveis de anticorpos contra a doença entre dois e três meses após a infecção, aponta uma pesquisa publicada na última semana na revista científica Nature Medicine, informou a Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (24). O estudo, conduzido na China, analisou 37 pessoas assintomáticas e 37 com sintomas moderados. Todas tiveram a infecção confirmada por meio do teste RT-PCR, considerado padrão-ouro para a detecção do vírus. Os pacientes foram analisados até oito semanas após deixaram o hospital. Segundo os pesquisadores, a maioria teve redução de anticorpos IgG —que indicam que a infecção ocorreu há mais tempo, podem durar bastante no sangue e, por isso, são considerados um bom marcador de imunidade. Além disso, os anticorpos IgG estavam abaixo do nível detectável em 40% dos voluntários assintomáticos e em 13% dos sintomáticos. A redução dos níveis de anticorpos pode ter implicações nas estratégias de imunidade e nas pesquisas sorológicas que vêm sendo conduzidas. “Os dados indicam os riscos do uso de passaportes de imunidade para a Covid-19 e dão suporte à continuidade de medidas de intervenção de saúde, incluindo distanciamento social”, afirmam os autores da pesquisa. Em abril, a OMS disse que os chamados “passaportes de imunidade” não devem ser usados como estratégia para flexibilizar as quarentenas contra o coronavírus. O documento divulgado na época, que revisou 20 estudos científicos, disse que “não há evidências de que as pessoas que se recuperaram de Covid-19 e tenham anticorpos estejam protegidas contra uma segunda infecção”. O risco é que pessoas com resultado positivo no teste passem a ignorar conselhos de saúde público, por se considerarem imunes a uma segunda infecção. De acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), o estudo ainda não traz respostas definitivas, mas levanta questões sobre uma possível segunda onda da pandemia a partir de reinfecções. “O estudo sugere que não dá para confiar numa imunidade duradoura”, afirma Weissmann. A bióloga Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência, também disse, via suas redes sociais, que questões sobre a imunidade ao novo coronavírus permanecem em aberto. Segundo ela, os resultados não querem dizer não desenvolvemos imunidade contra o coronavírus nem que estamos suscetíveis a uma reinfecção. “Anticorpos não sao nossa única resposta imune”, disse. “O fato de ‘perdermos’ rapidamente o IgG não quer dizer que não temos resposta celular ou que não tenhamos desenvolvido células de memória, capazes de montar uma reposta rapidamente caso o vírus infecte novamente.” Ela disse ainda que não estamos vendo casos de reinfecção de forma consistente, então parece que quem teve a doenca e se recuperou está protegido. “Mas o fato é que ainda nao sabemos, por isso não podemos relaxar as medidas de prevenção.” Pasternak e Weissmann concordam que mesmo as pessoas que já tiveram Covid-19 precisam continuar com as medidas preventivas, como evitar aglomerações, usar máscaras e higienizar as mãos, e mais estudos são necessários sobre a imunidade relacionada ao Sars-CoV-2.
Deputados e médicos defendem regulamentação da telemedicina
Médicos e deputados defenderam, nesta quinta-feira (25), a regulamentação da telemedicina no Brasil. De acordo com a Agência Câmara eles se disseram cientes de que, adotada emergencialmente e de forma transitória durante a pandemia de Covid-19, a modalidade veio para ficar e deverá seguir regras claras após a crise em saúde por que passa o País. O assunto foi discutido em videoconferência promovida pela comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações de combate ao novo coronavírus. “Médicos e pacientes puderam vivenciar uma experiência. Queremos saber agora como podemos avançar nessa discussão, na teleconsulta e no aspecto remuneratório”, afirmou a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), uma das que sugeriram o debate. Com cautela, os convidados explicaram que telemedicina não se resume a teleconsulta via câmera conectada à internet, mas trata-se de um método para prover cuidado de qualidade, envolvendo exames, aparelhagens e diagnósticos, o que já ocorre em outros países. Conforme explicou o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Chao Lung Wen, o médico é responsável pela escolha dos recursos para cuidar do paciente e estabelece aí um vínculo que tem a ver com a humanização. Os especialistas também trouxeram para o debate experiências que já são realizadas no Brasil desde antes da pandemia. Gerente de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, Eduardo Cordioli disse que o hospital já faz telemedicina desde 2015 e agora, durante a crise de Covid, presta apoio remoto a 433 leitos de UTI vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) em diversas localidades do Brasil. Em Santa Catarina, a rede estadual de saúde começou a usar a telemedicina há pelo menos 15 anos, em uma estratégia de evitar deslocamentos de pacientes do interior para as cidades maiores em busca de tratamento. Em média, 85 mil exames são realizados por mês dentro do sistema, evitando a movimentação de 40 mil pacientes no estado. Procedimentos que antes ocorriam na atenção secundária à saúde foram transferidos para a atenção básica e exames de diagnóstico passaram a funcionar como triagem para encaminhamentos para postos de saúde e hospitais, tudo com o apoio de profissionais da telessaúde, que amparam remotamente a atenção direta à comunidade. “Antes, você passava dois, três meses para ganhar uma passagem na ambulância ou pegar um micro-ônibus com outros dez pacientes. Você ia para um hospital a 250 quilômetros de distância com uma fila enorme de gente na porta e perdia o dia inteiro. Levava um mês para chegar um laudo à sua cidade. Agora você vai ao posto de saúde, faz o exame ali e, em três dias, você recebe o resultado daquele exame”, explicou o coordenador científico do Sistema Integrado Catarinense de Telemedicina e Telessaúde, Aldo Von Wangenheim. “É moralmente aceitável que não disponibilizemos um acesso por meio das tecnologias existentes a pacientes lá no Pará, que não dispõem de dermatologistas? O clínico da cidade poderia transferir uma imagem para que um dermatologista em outra unidade pudesse fazer um diagnóstico”, exemplificou o presidente da Iniciativa Fórum Inovação Saúde (FIS), Josier Vilar. Para o primeiro- vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizetti Giamberardino Filho, a telemedicina é uma oportunidade de resgate da fragmentação de rede do SUS, para integração e racionalização de recursos, porque ligaria municípios. Ele defendeu, por outro lado, a autonomia de pacientes e médicos para participar ou recusar atendimentos via telemedicina. A relação médico-paciente foi bem destacada pelos participantes da videoconferência e deve ser de confiança, garantido o sigilo de dados. Cético em relação à telemedicina, o deputado Dr. Zacharias Calil (DEM-GO) acredita que o Brasil não está preparado para a metodologia do ponto de vista tecnológico. Ele também questionou como um médico faria um diagnóstico de uma otite ou uma amigdalite à distância. Aldo Von Wangenheim respondeu que em Santa Catarina, no início, também havia problemas de conexão. O estado, porém, fez parcerias com uma operadora de telefonia celular para garantir a ligação de postos de saúde em todas as cidades. “Quando vejo teleconsultas sendo vendidas a R$ 4, isso é enganar a quem mais precisa. Grandes hospitais estão utilizando suas grifes para vender planos que não garantem qualidade para as pessoas mais humildes”, alertou o coordenador da Frente Parlamentar da Medicina, deputado Hiran Gonçalves (PP-RR). A deputada Dra. Soraya Manato (PSL-ES) também se disse preocupada com as grandes corporações hospitalares que lançam teleconsultas “por preços irrisórios de R$ 15”. O presidente da comissão externa, deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), ponderou que, para lograr sucesso, a telemedicina deve ser dividida entre sistema público de saúde e privado, em atenção básica e hospitalar e ainda em nível de consultório e em hospitalar. Para ele, uma primeira consulta nunca deve ocorrer a distância em períodos normais, desconsiderando a pandemia de Covid-19.
Governadores reclamam de falta de coordenação federal no combate à Covid-19
Parlamentares e representantes de consórcios de governadores criticaram a falta de articulação do governo federal junto a estados e municípios para o enfrentamento da pandemia do coronavírus. Durante audiência pública da comissão mista do Congresso que analisa as medidas de combate à Covid-19, nesta quinta-feira (25), também foram apontados como entraves a troca de ministros da Saúde durante a pandemia e a politização do uso de medicamentos e das medidas de isolamento social. Conforme a Agência Câmara representante dos estados do Sul e Sudeste, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, afirmou que essa falta de articulação prejudica os estados na compra de insumos e equipamentos para UTIs, além do credenciamento de leitos. “O Governo Federal podia estar numa coordenação mais ampla, mais geral de enfrentamento à pandemia, de orientação e de palavras na mesma direção dos governadores e de diversos prefeitos”, afirmou. Os governadores destacaram que a coordenação com o Poder Executivo federal facilitaria também a aquisição de remédios para o tratamento do coronavírus, um problema grave enfrentado atualmente pelos estados. O governador do Mato Grosso e representante do consórcio Brasil Central, Mauro Mendes, relatou alguns dos impedimentos detectados nos processos de compras emergenciais. “Os preços dispararam, os gestores públicos estão com medo de comprar e daí a pouco ter a Polícia Federal batendo na porta”, alertou. Mendes disse também que já há investigações solicitadas pelo Ministério Público em compras cujos preços estão 20 a 30% mais caros. Durante a reunião, o deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), que já foi secretário de Fazenda do Ceará, sugeriu a criação de uma fonte específica de recursos para evitar problemas com os órgãos públicos de fiscalização de gastos. “Para que o governador possa acompanhar o valor de quanto está recebendo e quanto está gastando; portanto, a prestação de conta desses valores será muito mais fácil”. Os governadores pediram atenção do Congresso para a provável necessidade de estender as medidas para proteger a economia dos estados, como o alongamento no pagamento das dívidas públicas e a compensação pela perda na arrecadação de impostos.
Agência Câmara – Deputados e médicos defendem regulamentação da telemedicina
Agência Câmara – Projeto cria sistema virtual para acompanhamento de vacinação
Agência Câmara – Secretaria da Transparência promove debate virtual sobre gastos públicos com a Covid-19
Agência Senado – MP libera R$ 300 milhões para combate a coronavírus
Folha de S.Paulo – Decisão de retirar dados foi inútil e enfraqueceu Ministério da Saúde, diz Teich
Folha de S.Paulo – É preciso calma, diz reitora da Unifesp sobre estudos da vacina de Oxford
Folha de S.Paulo – Velhos isolados correm mais risco que os ligados à família na pandemia, revela estudo italiano
Folha de S.Paulo – Inovação: estratégia para o combate ao coronavírus
Folha de S.Paulo – Redução de anticorpos contra a Covid-19 pode ocorrer em até três meses, diz estudo
O Estado de S.Paulo – Pesquisadores querem identificar fatores genéticos associados em pacientes da covid-19
O Estado de S.Paulo – Evolução das mortes por covid-19 acelera após início do Plano SP
O Estado de S.Paulo – Em SC, avanço da covid-19 coloca todas das regiões em alerta; Blumenau proíbe idoso em ônibus
BR Político – Ministério da Saúde aponta mais 1.141 mortes por covid-19
BR Político – Bolsonaro à procura de um gestor para o Ministério da Saúde?
O Globo – STF julga em agosto ação da Confederação de Saúde contra requisição de bens e serviços
O Globo – Ministério da Saúde considera 15 vacinas promissoras — decisão será de Bolsonaro
O Globo – Entidades questionam Pazuello por nomeação de coordenador nacional de saúde bucal
O Globo – Qualicorp paga R$ 20 milhões por carteira de planos de saúde para crescer no Rio
O Globo – Uso de dexametasona pode ser arriscado em casos moderados de Covid-19
O Globo – OMS diz que vacina de Oxford testada no Brasil é a melhor candidata contra Covid-19
Extra – Exército brasileiro tem estoque de cloroquina para 18 anos
Anvisa – Anvisa vai eliminar 9 milhões de folhas de documentos
Anvisa – Opine sobre o uso de solventes autorizados em alimentos
Anvisa – Participe das consultas sobre fórmulas dietoterápicas
ANS – ANS realiza 529ª reunião da Diretoria Colegiada
ANS – Indisponibilidade programada da Sala de Situação
ANS – 529ª Reunião da Diretoria Colegiada
Agência Saúde – Raphael Câmara Medeiros Parente é o novo secretário de Atenção Primária à Saúde
Agência Saúde – Coronavírus: 673.729 pessoas estão curadas em todo o Brasil
Agência Saúde – Secretário de Atenção Especializada à Saúde visita institutos federais no Rio de Janeiro para alinhar orientações na retomada dos serviços
Agência Saúde – Governo Federal lança cartilha sobre trabalho infantil
G1 – UnB vai pesquisar efeitos da Covid-19 nas gestantes e recém-nascidos
G1 – Levantamento aponta colapso na saúde de MT
G1 – O retorno gradual do atendimento em postos de saúde
G1 – Secretário de Saúde de MT está com coronavírus
G1 – Secretaria de Saúde de Capinópolis aumenta testagem para Covid-19
G1 – Prestação de contas da secretaria de Saúde é realizada na Câmara de Divinópolis
G1 – Alunos de Medicina lançam 0800 para tirar dúvidas sobre a Covid-19
G1 – ‘Municípios e estado têm que se entender’, diz representante de RO no Conselho Federal de Medicina
Agência Brasil – Fiocruz: antiviral para hepatite tem bom resultado contra a covid-19
Agência Brasil – Polícia prende falso médico que fazia procedimentos estéticos no Rio
Agência Brasil – Dia do Diabetes reforça importância de hábitos saudáveis na pandemia
Agência Brasil – Território precário controla covid-19 melhor que a média de São Paulo
Agência Brasil – Covid-19: Brasil chega a 54,9 mil mortes e 1,22 milhão de casos
Agência Brasil – Pesquisa investiga relação entre genes e casos graves de covid-19
Correio Braziliense – Conjuntivite pode ser sintoma de casos graves da covid-19, diz estudo
Correio Braziliense – Dia do Diabetes reforça importância de hábitos saudáveis na pandemia
Correio Braziliense – Covid-19: Estudo aponta que mortes de crianças são muito raras
Correio Braziliense – AVC é a complicação neurológica mais comum em pacientes com covid-19
Valor Econômico – Vacina contra covid-19 da Astrazeneca tem desenvolvimento mais avançado, diz OMS
Valor Econômico – IDOR reafirma seu papel na difusão da ciência no Brasil
Valor Econômico – Suécia critica OMS por inclusão em lista de países com alta de casos de covid-19
Valor Econômico – EUA registram novo recorde diário de casos de covid-19
Valor Econômico – Biotoscana registra prejuízo de R$ 52,4 milhões no 1º tri
Valor Econômico – Coreia do Sul indica uso de remdesivir para tratamento de covid-19
Valor Econômico – “Médicos de antigamente” ganham destaque na pandemia
O Boletim NK, produzido pela NK Consultores Relações Governamentais, é uma compilação das principais notícias publicadas em meios de comunicação do país sobre temas ligados ao setor.
No comments yet.