Novo Plano Safra tem mais crédito e leve baixa de juros
“A cidade pode parar, o campo a fará ressurgir. Mas se um dia o campo parar, todos sucumbirão”, disse nesta quarta-feira (17) o presidente da República, Jair Bolsonaro, ao anunciar o Plano Safra 2020/21, que contará com o montante recorde de R$ 236,3 bilhões em crédito para o agronegócio brasileiro na próxima temporada, que terá início em 1º de julho. Segundo o Valor Econômico produtores rurais terão volume 6% maior para financiamentos subsidiados e com taxas livres – alimentados principalmente pelas Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) -, mas a redução dos juros foi mais tímida do que o esperado. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou na cerimônia de lançamento, no Palácio do Planalto, que o plano “foi do tamanho pensado para o momento”. A ministra conseguiu aumentar de R$ 9,9 bilhões para R$ 11,5 bilhões o orçamento dedicado à subvenção do crédito para a safra 2020/21 e garantiu outros R$ 1,3 bilhão para o programa federal de subvenção aos prêmios do seguro rural no ano que vem, um incremento de mais de 30% em relação ao montante deste ano. O crédito com juros controlados voltou a crescer depois da forte redução no ano passado e será de R$ 154,3 bilhões. Percentualmente, porém, o volume subvencionado continua em queda e representa 65,2% do total no novo plano. Houve um crescimento de 10% nos recursos equalizáveis para R$ 89,5 bilhões. O volume destinado aos pequenos produtores, tratados como prioridade por Tereza Cristina, será de R$ 33 bilhões, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Os juros caíram para 2,75% a 4%. Para o médio produtor, serão reservados R$ 33,1 bilhões por meio do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor) – volume 25,1% maior que na safra 2019/20 -, com juros de 5%. Grandes agricultores pagarão 6% ante 8% no ciclo atual.
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia Plano Safra como positivo e defende que recursos cheguem aos produtores com taxas compatíveis à realidade
O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), deputado José Mário Schreiner, avaliou o Plano Agrícola e Pecuário 2020/2021 como positivo para o setor, considerando os aumentos no volume de recursos para crédito e seguro rural, disse que o agro continua sendo o “alicerce para a economia do país” e que a CNA trabalhou e continuará trabalhando para que os “recursos cheguem nas mãos dos produtores com taxas compatíveis à realidade atual”. Schreiner representou o presidente da CNA, João Martins, na cerimônia de lançamento do PAP 2020/2021, que aconteceu no Palácio do Planalto e teve a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, do vice-presidente Hamilton Mourão, da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, do ministro da Economia, Paulo Guedes, do ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, além de parlamentares, demais autoridades e lideranças do setor rural. O PAP 2020/2021 vai disponibilizar R$ 236,3 bilhões, 6,1% a mais do que no ano passado, dos quais R$ 179,3 bilhões para custeio e comercialização e R$ 56,9 bilhões para investimentos. O Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR) terá o volume recorde de R$ 1,3 bilhão, 30% a mais do que no ano passado, o que beneficiará a contratação de 298 mil apólices, a cobertura de 21 milhões de hectares e um valor segurado de R$ 58 bilhões. Também foram ampliados os recursos para os pequenos (Pronaf) e médios produtores (Pronamp). O plano também traz reduções de 11,8% a 25% nas taxas de juros das linhas de financiamento contempladas. As taxas de juros menores eram uma das principais demandas da CNA para a safra 2020/2021, juntamente com a redução dos custos administrativos e tributários, os chamados spreads bancários, além de mais recursos para o programa de subvenção ao seguro rural. Em seu discurso, Schreiner, que também preside a Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA e a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, disse que as propostas do Plano Agrícola e Pecuário 2020/2021 vão dar mais ânimo para que o setor, que não parou durante a pandemia, permaneça contribuindo para o fortalecimento da economia brasileira. Schreiner destacou os esforços da ministra Tereza Cristina nas negociações de taxas menores nas operações de crédito rural para a safra 2020/2021. Segundo ele, os juros devem acompanhar a queda da taxa Selic, que se confirmadas as previsões de que chegue a 2,25% neste ano, terá uma redução de 12 pontos percentuais desde 2016. No mesmo período, ressaltou, a taxa de custeio agropecuário caiu apenas 1,5 ponto percentual. O vice-presidente da CNA defendeu, também, a revisão do Sistema Financeiro no que se refere ao crédito rural. “Entendemos que há exigências legais que contribuem para a elevação dessas taxas, porém acreditamos que seja hora de rever todo o arcabouço regulatório”. Outra questão que deve ser observada, na sua avaliação, são os custos intrínsecos à contratação do crédito rural, como os registros cartorários, taxas para análises de projetos e a venda casada de produtos atrelados à contratação do crédito.
Gurgacz cobra apoio do governo para o agronegócio após a pandemia
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) em pronunciamento nesta quarta-feira (17) questionou o governo sobre o que está sendo feito diante do alerta da Embrapa a respeito de medidas tomadas pela China para fortalecer a produção interna e se reposicionar no mercado global pós pandemia. De acordo com a Agência Senado a senador disse que essas ações terão impacto sobre o agronegócio do Brasil. Gurgacz cobrou um planejamento “bem definido” para o agronegócio brasileiro continuar exportando e garantindo a segurança alimentar da população. Ele disse acreditar que, apesar do cenário de recessão da economia mundial, o setor pode crescer no período posterior à pandemia. “É importante uma política externa bem definida e o relacionamento harmonioso com o resto do mundo, além dos investimentos na infraestrutura e na agricultura familiar, que irão garantir a comida da mesa da população brasileira. Mesmo na crise temos que assegurar alimentos para a nossa gente e termos condições de manter a nossa veia exportadora. Mas para isso o governo precisa fazer a sua parte. Eu tenho colocado sempre que a agricultura precisa da ajuda do governo porteira afora, pois porteira adentro ela vai muito bem”. Entre as medidas tomadas pela China, disse Gurgacz, estão o investimento chinês em logística e a adoção de novas rotas para o agronegócio internacional junto a vários países da Ásia, Europa e África, o que ele considera negativo para o Brasil. Outros dois pontos que podem ter resultados negativos para o agronegócio brasileiros foram ressaltados por Gurgacz: o novo acordo pelo qual a China deverá aumentar as importações de grãos dos Estados Unidos e a modernizar a agricultura familiar chinesa com aumento de subsídios. Acir Gurgacz afirmou que “os produtores rurais e empresários brasileiros estão de mãos atadas sem saber a quem pedir socorro”. Ele também criticou o sucateamento da logística e da infraestrutura, o que aumenta os custos de escoamento da produção e da exportação, além da falta de suporte do governo federal e de investimentos públicos para o setor. “As únicas notícias são sobre algumas linhas de crédito que ainda não estão funcionando. A MP do Agro [Lei 13.986/2020] ainda não decolou, pois favorece também apenas os banqueiros. O Pronamp Rural [Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural] e o Pronampe das Pequenas Empresas [Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte] também não chegaram aos produtores e empresários, pois todas as medidas que facilitariam a tomada de créditos elas foram vetadas pela presidência da república”, lamentou Gurgacz. O senador também pediu que o governo “não espere a pandemia passar” e seja ágil para implementar as medidas aprovadas recentemente pelo Senado em apoio ao produtor rural.
Agência Senado – Gurgacz cobra apoio do governo para o agronegócio após a pandemia
Agência Senado – Mais de 99% dos casos de desmatamento são ilegais, afirma especialista
Folha de S.Paulo – Plano Safra eleva recursos, mas produtor vê redução tímida dos juros
O Estado de S.Paulo – Investimento para o Plano Safra cresce 6,1%
O Globo – Governo lança Plano Safra com financiamento de R$ 236,3 bilhões, valor superior ao do ano passado
Anvisa – Decisão sobre produto para controle do mexilhão-dourado
Valor Econômico – Startup Solinftec anuncia ação de apoio ao segmento sucroenergético
Valor Econômico – LDC rebate críticas de ONG sobre condições de trabalho na colheita de laranja
Valor Econômico – Parte do Grupo de Cairns reforça pressão por comércio livre
Valor Econômico – Novo Plano Safra tem mais crédito e leve baixa de juros
CNA – Plano Safra destina R$ 236,3 bilhões em recursos
CNA – Agrinordeste é adiado devido à pandemia
Mapa – Plano Safra 2020/2021 traz mais recursos e taxas de juros menores para agricultura familiar
Mapa – Mapa lança aplicativo para que produtores tenham acesso a informações sobre seguro rural
Mapa – Com mais recursos e melhores condições de financiamento, Plano Safra 2020/2021 tem R$ 236,3 bilhões
Agro em Dia – Tereza Cristina: A importância do agronegócio para o Brasil
Embrapa – Produtores e agentes públicos validam zoneamento climático para milho no Sealba
Embrapa – Projeto distribui 10 toneladas de sementes a agricultores do semiárido
Embrapa – Painel discute bioeconomia e uso múltiplo da seringueira
AgroLink – MS vai receber R$ 2,5 milhões do Programa de Aquisição de Alimentos da agricultura familiar
AgroLink – Pandemia derruba agroindústria em 16,5%, diz FGV
AgroLink – Dia Técnico do IMAmt e parceiros será realizado de forma virtual pela primeira vez
AgroLink – Bioinsumos ganham espaço no Plano Safra
AgroLink – Ministra detalhou Plano Safra para agricultura familiar
AgroLink – Pesquisadores fazem webinar sobre abelhas sem ferrão
AgroLink – Epamig desenvolve tecnologias pós-colheita para plantas medicinais de interesse do SUS
AgroLink – BASF conclui mais uma etapa de compra da Solvay
AgroLink – Painel discute bioeconomia e uso múltiplo da seringueira
AgroLink – Realizado maior estudo da genética do tomate
AgroLink – Aplicativo vai permitir acesso a informações sobre seguro rural
O Boletim NK, produzido pela NK Consultores Relações Governamentais, é uma compilação das principais notícias publicadas em meios de comunicação do país sobre temas ligados ao setor.
No comments yet.