Registro de agrotóxicos no maior nível da década
O número de agrotóxicos registrados em 2019 no Brasil foi o maior da série histórica, informou o Valor Econômico nesta segunda-feira (30). Os três órgãos responsáveis pelo processo de avaliação dos pedidos, Ministério da Agricultura, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autorizaram o uso de 474 novos produtos. Trata-se de um aumento de 5,5% em relação a 2018. Desses, 95% (448) são genéricos, ou seja, feitos à base de ingredientes ativos que já estavam presentes em outras marcas existentes no mercado. O recorde não resultou em aumento no número de produtos liberados aos agricultores em relação aos anos anteriores. Dos 474 novos agrotóxicos, 200 são formulados, ou seja, estão prontos para serem adquiridos pelos produtores rurais. Em 2018, foram 252 e no ano anterior, 219 novos formulados. Os outros 274 agrotóxicos registrados este ano são técnico, destinados exclusivamente para uso industrial. Apenas três ingredientes ativos novos foram registrados este ano: Fluoripam (fungicida), Dinotefuran (inseticida) e Florpirauxifen-benzil (herbicida). Dezenove produtos químicos formulados à base dessas substâncias e do Sulfoxaflor, inseticida liberado em 2018, foram autorizados de janeiro a dezembro. Em setembro, o Valor mostrou que os agrotóxicos liberados pelo governo apresentavam pouca inovação e não eram menos tóxicos do que a média dos produtos registrados ao longo da década, ao contrário do que o Ministério da Agricultura chegou a indicar no auge das críticas recebidas pelo número recorde de liberação de defensivos. O Ministério da Agricultura sustenta que há mais agilidade e a mesma segurança no processo de análise dos agrotóxicos. Com mais genéricos no mercado, a Pasta agora quer melhorar a aprovação das novas moléculas. Atualmente, só cinco estão em análise na Anvisa e 39 aguardam na fila tripartite. “O critério técnico é o mesmo. A avaliação de ativo novo é a principal dificuldade, a gente deseja aumentar esses produtos, pois são menos tóxicos e têm impacto ambiental menor”, afirma o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins da Pasta, Carlos Venâncio. O ministério também defende que não existe relação entre o aumento dos registros e o consumo de agrotóxicos. No ano passado, as vendas internas alcançaram 549 mil toneladas de ingredientes ativos, de acordo com dados do Ibama. Quase 200 mil toneladas foram do herbicida glifosato. Os dados de 2019 ainda não foram divulgados.
Anvisa conclui reavaliação do Tiram e impõe restrições
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) encerrou, nesta segunda-feira (30), a reavaliação toxicológica do ingrediente ativo Tiram no Brasil. De acordo com o portal AgroLink o produto é utilizado no tratamento de sementes e no plantio da cultura da batata. O processo teve início no mês de janeiro de 2016, com a Consulta Pública 128, e o trabalho de revisão do Tiram traz restrições para “proteger os trabalhadores do campo”, segundo a Anvisa. A Consulta Pública (CP) contou com 1200 participantes, tendo sua maioria de 85,7% (1028 parcipantes) discordado da proposta de manutenção. Por outro lado, 14,3% (172 dos participantes) concordaram com a continuidade do Tiram, informa o portal chinês Agropages. “Após avaliação mais detalhada das contribuições recebidas durante a CP e atualização da situação internacional do Tiram, principalmente no Canadá e União Europeia, foi verificada a necessidade de reanálise de vários aspectos toxicológicos desse ingrediente ativo, além da inclusão de análises que não haviam sido realizadas, de forma a se evitar a emissão de possível conclusão equivocada”, afirmou a Anvisa em seu comunicado oficial. “Com base nas avaliações realizadas, manteve-se a conclusão de que as evidências disponíveis até o momento demonstram que o Tiram não é comprovadamente carcinogênico, mutagênico, desregulador endócrino ou tóxico para a reprodução ou para o desenvolvimento embriofetal. Portanto, considerando a legislação brasileira, conclui-se que ela não preenche os requisitos proibitivos de registro estabelecidos pela Lei”, concluiu a Agência. A decisão da Anvisa foi pela proibição do uso do Tiram na forma em pó para tratamento de sementes nas propriedades agrícolas. O uso dessa formulação apenas será permitido nas indústrias de tratamento de sementes. A aplicação foliar, que normalmente deixa mais resíduos nos alimentos do que o tratamento de sementes, já não era autorizada no Brasil e agora foi proibida de forma definitiva. “Como se trata de um produto utilizado ainda na etapa de plantio, não se espera resíduos dessa substância nos alimentos que vão para a mesa do consumidor”, afirmou ainda a Anvisa no comunicado. A equipe técnica da Anvisa também definiu o limite de exposição para o trabalhador rural, já que este é um parâmetro fundamental para avaliar o risco a este segmento. Além disso, para proteção dos agricultores, a embalagem do agrotóxico vai trazer, em sua rotulagem, o alerta de danos ao fígado pela exposição repetida ou prolongada. Esse tipo de alerta já faz parte do novo marco regulatório de agrotóxicos aprovado este ano pela Anvisa e serve para informar melhor sobre o perigo aos trabalhadores rurais. O ingrediente ativo Tiram possui 12 produtos comerciais registrados no Brasil.
Vendas de agroquímicos devem passar os US$ 11,5 bi
As vendas brasileiras de defensivos agrícolas devem ultrapassar os US$ 11,5 bilhões este ano, de acordo com o mais novo relatório de “Perspectivas para o agronegócio brasileiro 2020”, realizado e divulgado pelo Rabobank, destacou o portal AgroLink nesta terça-feira (31). Se confirmada essa projeção, a performance do faturamento do setor de agroquímicos aumentaria em 11% na comparação com 2018, aponta. De acordo com essa instituição financeira, internacional e especializada em agronegócio, alguns fatores beneficiaram essa expansão no setor. O primeiro fator mencionado é a demanda, que continuou aquecida e crescente no Brasil, impulsionada principalmente pela cultura da soja – a principal do país sulamericano. Além disso, o setor de agroquímicos tem sido beneficiado pela alta dos preços dos insumos. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), se considerados apenas os preços medidos no 3º trimestre desse ano de 2019 (no estado do Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil), os defensivos agrícolas se valorizaram, em média, 8% em relação ao ano anterior. O Rabobank projeta que, para o próximo ano de 2020, a demanda por insumos deve ser sustentada pelo cenário positivo para os preços das commodities agrícolas. “Também há algumas dúvidas relacionadas à China. A redução da produção por conta das adequações ambientais tem sido contrabalanceada pela política de crescimento zero de consumo”, comenta a instituição em seu relatório. “Quanto aos defensivos, a manutenção da produção na China em patamares baixos continua a ser o principal fator a sustentar os preços no mercado internacional. Ao longo de 2019, no entanto, a redução da demanda chinesa, bem como o aumento da produção em outros países têm contido aumentos mais significativos dos preços em Dólar. No mercado interno, o bom cenário para as commodities agrícolas deve contribuir para o bom ritmo crescimento da demanda de insumos na safra 2020/21”, conclui o Rabobank.
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