Pandemia estimula consumo de frango no mercado interno e aquece exportações
Entre perdas e danos com a pandemia, como os cerca de R$ 30 milhões agregados aos custos extras de produção e poucos mais de três meses com às novas exigências de trabalho em frigoríficos e outras ações, a avicultura também pode colocar alguns ganhos na balança, destacou o portal AgroLink nesta sexta-feira (10). O setor vive um momento de boas perspectivas de consumo interno, apesar da crise, e registra alta nas exportações, inclusive com a abertura de novos mercados. O tema foi um dos destaques do VII Fórum Virtual Asgav & Sipargs, promovido nesta semana, para debater o futuro do mercado de carnes. No cenário interno, com a queda na renda da população, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) avalia que deve ocorrer um procura maior pelo frango no lugar da carne bovina, já que é uma proteína com preço mais acessível. Essa mesma perspectiva serve para o segmento de ovos, que também têm ampliado a presença na mesa dos brasileiros. No mercado externo, a tendência é igualmente positiva. Ao mesmo tempo que em restringiu as importações de alguns frigoríficos brasileiros recentemente, inclusive gaúchos, a China segue habilitando novas unidades, assim como o mercado árabe, um grande comprador de aves gaúchas. De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de janeiro a junho deste ano, os embarques cresceram 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado. E ainda que a receita em dólar tenha sido 8,8%, a valorização cambial compensa a queda. A ABPA também espera avançar inclusive com exportações de genética avícola e até mesmo de ovos processados para a China. No caso do Rio Grande do Sul os compradores árabes representam até mais peso na balança do que os chineses. A Arábia Saudita, por exemplo, respondeu por 31% das vendas para o Exterior feitas por frigoríficos localizados no Rio Grande do Sul, com 180 mil toneladas embarcadas no semestre, e os Emirados Árabes outros 7%, com 41,3 mil toneladas, volume semelhante ao da China (40,6 mil toneladas). E da mesma forma que o mercado árabe deve aumentar a procura por aves e novos cortes de frango para reforçar a segurança alimentar de seus países em meio à pandemia, a China também deverá fazê-lo. Ainda que Arábia Saudita e Emirados Árabes tenham retraído as compras entre janeiro e junho (16% e 21%, respectivamente) em 2020, a tendência é de retomada e até ampliação, como forma de assegurar seus estoques internos. O frango está entre as principais proteínas consumidas nas duas regiões, e de acordo com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, os projetos de avançar na produção local própria terão de esperar. Assim, esses dois mercados devem retomar e intensificar os negócios por aqui já neste segundo semestre. O Egito, por exemplo, está habilitando dezenas de novas plantas no Brasil. A China segue o mesmo rumo. Apesar das suspensões a compra de carne de unidades de plantas como JBS, BRF e Minuano, no Rio Grande do Sul, e em outros Estados, alguns especialistas indicam que a ação é mais com foco na redução de preços do que uma limitação para compras futuras. E, de acordo com Ricardo Santin, que neste mês assume a presidência da ABPA, no lugar do gaúcho Francisco Turra, compradores do gigante asiático e o governo seguem buscando e habilitando frigoríficos brasileiros. De acordo com a ABPA, com todas as províncias chinesas registrando focos de Peste Suína Africana (PSA), a produção própria do país caiu de 54 milhões de toneladas em 2018, para 42 milhões em 2019 e deverá somar pouco mais de 30 milhões em 2020.
Inundações na China são apontadas como causa de novos surtos de peste suína africana
Nesta sexta-feira (10), o portal Noticias Agrícolas divulgou que, surtos de peste suína africana estão aumentando em algumas partes do sul da China, após fortes chuvas, disseram analistas e fontes do setor, o que pode ser um grande revés para o objetivo de Pequim de reabastecer o suprimento de carne de porco. O rebanho de suínos da China, de longe o maior do mundo, encolheu no ano passado cerca de 180 milhões de porcos, ou 40%, depois que a doença incurável dizimou as fazendas. Os produtores de suínos estão construindo novas fazendas e reabastecendo em meio a um esforço para restaurar a produção perdida de suínos e domar os preços da carne em fuga. Mas enquanto os surtos de peste suína africana diminuíram, em parte devido a manadas menores e melhor higiene, a doença continua sendo um obstáculo à recuperação do rebanho. A peste suína africana é tipicamente fatal para os porcos, mas não afeta as pessoas. As fortes chuvas e inundações no sul da China desde meados de junho parecem ter desencadeado novos casos, prejudicando os esforços de reabastecimento, disse Zheng Lili, analista-chefe da consultoria Shandong Yongyi. Uma pesquisa de Shandong Yongyi com pequenos criadores de suínos, criadores de empresas, comerciantes e matadouros em 20 províncias revelou que dezenas de casos de peste suína africana ocorreram desde as fortes chuvas na província de Guangdong, na região de Guangxi e em outras áreas. Os agricultores normalmente enterram porcos infectados e as chuvas podem ter espalhado a doença pelas águas subterrâneas, disseram analistas. O Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais relatou uma dúzia de surtos de febre em março e abril, no entanto, indicando que estava se espalhando antes das chuvas. O último caso relatado pelo ministério ocorreu em Yunnan em 5 de junho. Porém, muitos surtos não são relatados. O Ministério da Agricultura da China e o governo de Guangdong não responderam aos faxes solicitando comentários sobre o ressurgimento da doença. Os governos de Sichuan e Jiangxi não foram encontrados para comentar imediatamente. Um funcionário da divisão de veterinários do departamento de agricultura de Guangxi disse à Reuters por telefone que não havia recebido nenhum relato de surtos de peste suína africana recentemente em toda a região, incluindo Laibin. Os estoques de suínos em Guangxi no primeiro semestre do ano aumentaram 1,12% em relação ao ano anterior, segundo estatísticas do governo, acrescentou o funcionário. Os estoques de porcas caíram 3,87% em junho em relação ao mês anterior no sul da China, enquanto os estoques no sudoeste da China, incluindo as províncias de Sichuan, Yunnan, Guizhou e Chongqing, caíram 3,04% em relação a maio, segundo a pesquisa de Zheng. Os preços dos suínos vivos no sul subiram, com os preços em Guangdong JCI-HOG-GDONG atingindo 41,6 yuans (US $ 5,96) por kg na quinta-feira, a menos que o recorde de 43 yuans estabelecido em outubro passado. As medidas de biossegurança em muitas fazendas do sul não estão equipadas para resistir a essa chuva, disse um analista de Guangdong. O reabastecimento “retrocedeu” em algumas províncias, disse ele, com pequenos criadores de porcos atingidos pior do que instalações maiores. O agricultor, cuja fazenda foi atingida pela doença no ano passado, apenas reabasteceu com mais de 70 porcas em março passado.
Boi tem preço físico mais alto do que contrato futuro; entenda por quê
Segundo publicou o Canal Rural nesta sexta-feira (10), os preços físicos e contratos mais curtos (julho e agosto) do boi gordo estão acima das cotações futuras de vencimento mais longo (outubro). De 25 de junho a 9 de julho, o contrato outubro recuou 2,02% na B3, saindo de R$ 217,50 (pico no ano) para R$ 213,10. Enquanto isso, no mercado físico, a cotação em Araçatuba (SP) saiu de R$ 211 para R$ 218 à vista, alta de 3,32%, de acordo com informações da CMA. De acordo com o Itaú BBA, esse movimento de inversão na curva subestima o possível efeito altista do pico da entressafra na segunda metade do ano. Assim, não parece sustentável. O consultor da Safras & Mercado Fernando Iglesias afirma que esse tipo de movimento decorre de pressões especulativas, que distorcem o mercado e fazem com que os fundamentos econômicos não sejam respeitados. Isso é algo importante para o pecuarista, pois pode alterar decisões de venda e intenção de confinamento, elementos bastante relevantes para o entendimento do mercado. Iglesias diz que o mercado tem dado sinais que o movimento de alta recente está chegando próximo a um limite. Mas, para os próximos meses, ainda há uma expectativa de mercado firme e altas, principalmente após o pico da entressafra na entrada do último trimestre. O pecuarista deve monitorar se a demanda chinesa seguirá forte, as escalas de abate, curtas e a oferta de animais terminados, restrita. O consultor projeta um giro de confinamento um pouco melhor, cerca de 2% acima das estimativas anteriores. Ele lembra que o período seco no Centro-Oeste pode atrasar a saída dos animais que chegarão ao mercado. Isso combinado a um aumento sazonal da demanda no último trimestre e expectativa de que a economia brasileira possa estar em pleno funcionamento são pontos que podem apresentar pressão altista nos preços projetando o fim do ano. Com as altas observadas no boi gordo este ano, analistas consultados pelo Canal Rural nas últimas semanas têm sistematicamente recomendado ao pecuarista garantir o preço no mercado futuro via hedge, para aproveitar as cotações em alta. Tendo isso em vista, é importante entender o conceito de hedge e como o pecuarista pode colocar isso em prática. Hedge é uma operação de compra ou venda de contratos futuros na bolsa, que tem como objetivo cobrir financeiramente os custos de produção, visando minimizar o risco do preço à vista, que está sujeito a variações de curto prazo como pressões de frigoríficos ou demanda externa.
O Estado de S.Paulo – Brasil recebe este ano 30 vezes mais pinguins do que em 2019
G1 – Marchetaria: bióloga usa arte para retratar animais
G1 – Voluntários resgatam animais abandonados no Ribeirão Arrudas, em BH
Valor Econômico – Marcos Molina, da Marfrig, participará de reunião com Mourão na sexta-feira
Valor Econômico – Distribuidor de insumos lança marketplace para venda de produtos para aquicultura
AgroLink – Pandemia estimula consumo de frango no mercado interno e aquece exportações
AgroLink – EUA cria banco de vacinas da aftosa
AgroLink – Circuito Nelore de Qualidade auxilia fomento da pecuária em Juara (MT) e região
AgroLink – Campo Futuro levanta custos de produção em Sidrolândia (MS)
AgroLink – Salmão pode combater a obesidade
AgroLink – Boi gordo: escalas de abate curtas
AgroLink – Preço da carne bovina subiu no atacado
AgroLink – Embarques brasileiros de carne bovina seguem recordes
Anda – Vegana usa artivismo para “falar pelos animais” que exploramos
Anda – Ciclone mata animais e destrói recintos em centro de vida selvagem em SC
Anda – Asseama cria podcast para divulgar espiritualidade dos animais
Anda – Foca é encontrada com anzol de pesca preso em seu nariz
Anda – Cidade do Camboja proíbe consumo de carne de cachorro
Canal Rural – Boi tem preço físico mais alto do que contrato futuro; entenda por quê
Canal Rural – Carne bovina: no atacado, preço registrou alta de 0,5% em sete dias
Noticias Agrícolas – Na B3, cotações futuras do boi gordo registram novas desvalorizações na sessão desta 5ª feira
Noticias Agrícolas – Inundações na China são apontadas como causa de novos surtos de peste suína africana
Noticias Agrícolas – Covid-19: ABPA pede ajustes em resolução do Estado do Paraná sobre regras em frigoríficos, MPT-PR rebate
Noticias Agrícolas – Preços do suíno sobem, principalmente, em São Paulo
O Boletim NK, produzido pela NK Consultores Relações Governamentais, é uma compilação das principais notícias publicadas em meios de comunicação do país sobre temas ligados ao setor.
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