Resistente à pandemia, preço do boi poderá ganhar força no 2º semestre
A oferta restrita de boi gordo e a demanda aquecida da China pela carne bovina brasileira conseguiram segurar as cotações do gado mesmo com a pandemia da covid-19 e seus reflexos negativos sobre o consumo doméstico – especialmente para os cortes mais nobres. Analistas consultados pelo Valor Econômico, nesta sexta-feira (15), avaliam que os preços do boi gordo ganharão força no segundo semestre, quando a piora sazonal dos pastos já costuma reduzir a oferta. Além disso, a tendência é que os pecuaristas enviem menos animais para os confinamentos – sistema intensivo de engorda com alimentação baseada em grãos. No Brasil, a oferta de gado de confinamento se concentra no segundo semestre – em geral, 15% do gado abatido de junho a dezembro vem do sistema intensivo, de acordo com estimativas do setor. Para os confinadores, o problema é que os custos com ração e boi magro estão altos e o preço do boi gordo no mercado futuro da B3 é pouco atraente para as operações de hedge, disse Lygia Pimentel, sócia-diretora da consultoria Agrifatto. O momento também é de maior volatilidade, o que encarece a compra de opções na bolsa e exige mais caixa para os ajustes diários no mercado futuro, explicou Lygia, autora de um livro recém-lançado sobre o hedge para pecuaristas. Em entrevista ao Valor, o analista César Castro Alves, do Itaú BBA, admitiu ter ficado surpreso com o nível de resistência dos preços do boi gordo, sobretudo quando se considera que a fraqueza do mercado interno fez forte pressão sobre as cotações de frangos e suínos, que recuaram mais de 20% no mês passado – nas primeiras duas semanas de maio, as cotações ensaiaram uma recuperação. No caso do boi gordo, o preço médio ficou estável. No Estado de São Paulo, referência para o restante do país, o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 199,56 por arroba em abril, leve baixa de 0,3% ante o mês anterior, mas alta de quase 27% na comparação anual. No acumulado de maio, a cotação média do boi gordo está em R$ 200,16, ligeiro aumento de 0,3%. Na avaliação de Alves, a diferença de comportamento entre as proteínas está relacionada ao cenário de oferta, restrita para o boi e ampla para aves e suínos – ao menos neste primeiro semestre. Nesse cenário, os abates estão caindo, o que reduz a oferta de carne bovina, segurando o preço do produto também ao consumidor. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que os frigoríficos do país abateram 7,2 milhões de bovinos no primeiro trimestre, queda de 9,2% na comparação com o mesmo período de 2019. Os abates de frangos e suínos cresceram 4,8% e 5%, respectivamente. A produção em Mato Grosso, dono do maior rebanho bovino do país, dá uma dimensão da menor oferta de gado. Conforme a Agrifatto, os abates no Estado caíram 25% na comparação anual, chegando ao menor nível desde maio de 2018, durante a greve dos caminhoneiros.
Senadores querem o fim de fazendas industriais nos EUA até 2040
A senadora Elizabeth Warren anunciou, nesta sexta-feira (15), que assinou a proposta do senador vegano Cory Booker para a abolição total da agricultura industrial em todos os Estados Unidos até 2040. Segundo o portal Anda a proposta incita grandes redes do sistema agrícola a pararem de expandir seus negócios e dá 20 anos para que esses setores busquem novas operações e empreendimentos alternativos. Warrem afirma que não é economicamente saudável e ético que grandes empresas engulam as menores e tomem o controle do mercado e tenham tanta influência na política e no consumo no país. “Precisamos atacar essa consolidação de frente e dar aos trabalhadores, agricultores e consumidores poder de barganha em nosso sistema agrícola e alimentar. Fico feliz em fazer parceria com o senador Booker”, disse. Booker também comentou a iniciativa: “Nosso sistema alimentar não foi quebrado pela pandemia e não foi quebrado por agricultores familiares independentes. Foi quebrado por grandes empresas multinacionais como Tyson, Smithfield e JBS que, devido ao seu poder de compra e tamanho, exercem uma influência indevida sobre o mercado e as políticas públicas”, disse. O senador citou ainda a política atual que impulsiona esse tipo de setor que explora animais e seres humanos. “Essa influência indevida estava em plena exibição com a recente ordem executiva do presidente Trump, priorizando os lucros dos frigoríficos sobre a saúde e a segurança dos trabalhadores”, concluiu.
Casqueamento de caprinos e ovinos ajuda a manter a produtividade dos rebanhos
Entre os manejos que têm impacto na produtividade dos rebanhos de pequenos ruminantes, criados a pasto ou confinados, está o casqueamento, prática que consiste em aparar os cascos dos caprinos e ovinos a fim de evitar doenças ou corrigir a forma de o animal pisar no chão, informou o portal da Embrapa nesta quinta-feira (14). “Esses animais são essencialmente andarilhos porque selecionam o que comem e andam muito para isso. Com os cascos sadios, eles não terão dificuldades para se alimentar. Nos rebanhos confinados, com alimentos à disposição, o problema são doenças no casco ou dores que os impedem de comer direito”, explica Alexandre Monteiro, médico-veterinário da Embrapa Alexandre Monteiro. Ele afirma que incluir esse manejo na rotina da propriedade evita gastos extras e não planejados com medicamentos para tratamento de enfermidades ou dores nos animais. Para fazer o manejo de forma rotineira, o criador vai ter custo com um kit de casqueamento mais simples, composto por uma faca de quatro ou cinco polegadas ou um canivete, grosa e lima, cujo valor fica em torno de R$ 80,00. Um conjunto mais elaborado, com uma faca ou canivete, tesoura para cascos, grosa e lima, chega a R$ 250,00. “Todo esse material é fácil de encontrar e deve ser para uso exclusivo neste manejo, a fim de prolongar o fio das facas e canivete e o corte da tesoura, além de evitar a contaminação. Lembrando que a faca deve ser sem ponta, portanto o manejador deve limá-la até que a ponta desapareça”, afirma Monteiro. A prática pode ser feita por qualquer pessoa que tenha o treinamento adequado. Para decidir se este é um manejo importante para seu rebanho, o criador precisa avaliar o tipo de superfície em que os animais vivem. As pesquisas indicam que em sistemas extensivos ou semiextensivos ocorre um desgaste maior dos cascos. Já nos sistemas intensivos o desgaste é menor. Assim, cabe ao criador ou a um técnico experiente vistoriar os animais para definir com que periodicidade será necessário fazer o casqueamento. Não existe uma idade ideal para iniciar a prática nos animais. Após desmamados, os pequenos ruminantes devem ser avaliados para verificar se o crescimento dos cascos está lhes causando algum incômodo. O médico-veterinário da Embrapa afirma que, quando não há um desgaste dos cascos, o crescimento pode ocorrer de forma desordenada, ocasionando dificuldade na pisada e forçando tendões e músculos dos animais, que estão em processo de formação dos ossos. Isso prejudica sua postura e movimentação, causando dor e, consequentemente, diminuindo o ganho de peso. Segundo Monteiro, há casos em que é necessário o descarte do animal. Em sistemas de criação extensivos ou semiextensivos, a orientação é fazer o casqueamento pelo menos duas vezes por ano, antes das chuvas e após o período chuvoso. “Isso não quer dizer que o criador não possa realizar o manejo em animais específicos quando perceber a necessidade durante a inspeção”, explica Monteiro. Em criatórios onde prevalece o sistema intensivo, principalmente aqueles que têm apriscos ou currais suspensos, o ideal é manter uma escala de casqueamento regular com intervalo de 60 dias. Como o manejo é trabalhoso em rebanhos grandes, o criador deve se guiar pela observação do desgaste ou crescimento dos cascos dos animais. Na ocorrência de pododermatite, doença infecciosa que atinge esses animais, devem ser seguidas as recomendações de um médico-veterinário porque, nesses casos, apenas o casqueamento não resolverá o problema. Aparar os cascos de caprinos e ovinos com as ferramentas adequadas evita o surgimento de doenças. Aliado ao casqueamento, é importante o uso do pedilúvio para manter a saúde dos cascos dos animais.
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O Boletim NK, produzido pela NK Consultores Relações Governamentais, é uma compilação das principais notícias publicadas em meios de comunicação do país sobre temas ligados ao setor.
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