Conselho Monetário Nacional (CMN) eleva limite de crédito para associados de cooperativas rurais
As cooperativas rurais de menor porte ganharam mais facilidade para contratarem empréstimos do Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro). O Conselho Monetário Nacional (CMN) elevou o limite de crédito por associado de R$ 40 mil para R$ 100 mil, destacou a Agência Brasil na última quinta-feira (30). Com a mudança, cada associado poderá pegar até R$ 100 mil emprestados, o que favorece as cooperativas com menos pessoas. O limite de contratação de crédito por cooperativa permanece em R$ 65 milhões. O CMN também autorizou que os agricultores familiares e os produtores rurais médios beneficiados com a linha especial de crédito para custeio criada no início do mês para financiarem a compra antecipada de insumos. Há três semanas, o CMN aprovou duas resoluções que permitem a renegociação de dívidas do crédito rural e criam linhas especiais para produtores afetados pela seca no centro-sul e pela pandemia de covid-19. O Conselho Monetário também ampliou as fontes de recursos para as linhas especiais de custeio. A resolução aprovada no início do mês previa que os bancos poderiam destinar apenas parte dos recursos dos depósitos à vista para emprestarem aos pequenos e médios produtores. Agora, o crédito poderá ter outras fontes de recursos não controlados pelo Banco Central, o que abre caminho para que as instituições financeiras reforcem essas linhas. Em outro voto, o CMN adiou em um ano o prazo para a contratação de linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para cerealistas financiarem investimentos em obras, na expansão da armazenagem de grãos e na compra de máquinas e equipamentos. O prazo original, que iria até 30 de junho deste ano, passou para 30 de junho de 2021. Segundo o Ministério da Economia, a prorrogação ocorreu porque o Congresso tinha alterado a data ao votar a Medida Provisória 897, que instituiu a linha de crédito. Dessa forma, o CMN teve de ajustar a regulamentação.
Exportações do agronegócio em tempo de pandemia
Conforme artigo de Marcio Sette Fortes, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura e professor do Ibmec, publicado no jornal O Globo nesta segunda-feira (4), os desdobramentos da crise do coronavírus sobre a economia e, particularmente, sobre o comércio exterior parecem realçar um cenário de enormes oportunidades, embora pontuado por óbices relevantes no agronegócio exportador. Muito embora o uso das políticas fiscal e monetária na reativação das economias seja receituário comum, há de se considerar que o comércio exterior será um fator relevante a impulsionar a recuperação da economia brasileira e global. Ainda que sua importância como indutor do crescimento seja amplamente reconhecida, há contratempos trazidos pela própria crise do coronavírus que podem afetar seus resultados mais plenos. Um desses contratempos se refere à segurança alimentar. Alguns países têm freado a saída de gêneros agrícolas exportáveis em função do abastecimento de seus mercados internos. A Rússia, por exemplo, travou exportações de trigo. Nos Estados Unidos, plantas de carnes industrializadas sofreram reveses, por conta da infecção de funcionários, parando de produzir e sinalizando a possibilidade de desabastecimento interno. Aparentemente, para alguns gêneros agrícolas, excetuando-se o trigo, emerge enorme oportunidade para que o Brasil ocupe canais deixados de lado por seus concorrentes. Mas há enormes riscos no horizonte do agronegócio brasileiro. Comecemos a análise pela soja e pelo milho, cujo volume recorde e a contratação da safra para venda futura soam alvissareiras. Os problemas quanto ao preço começam quando há a perspectiva de safras maiores daqueles dois tipos de grãos nos Estados Unidos, o que deve ser o caso do corrente ano. Para piorar a situação, a guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia, que derrubou o valor do barril de petróleo, criou a tempestade perfeita ao conjugar-se com um cenário de demanda reduzida por combustível em um ambiente de lockdown mundial. A redução no consumo de combustível afeta fortemente a produção de etanol que, nos Estados Unidos, é gerado a partir do milho. Nesse contexto, uma guinada na produção de mais soja e menos milho afetaria diretamente o Brasil. Ademais, não se pode esquecer do acordo comercial entre China e Estados Unidos, que privilegia as exportações dos EUA como nosso concorrente direto. No Brasil, a redução do consumo de combustível e, por consequente, de etanol de cana-de-açúcar, encontra uma esplendorosa safra de cana atual, que deixa os usineiros em situação delicada. O natural endividamento prévio e o desencaixe monetário para a produção poderão demandar a necessidade de deságio para a execução das vendas, ocasionando uma forte quebra de expectativa no payback da operação. As soluções a serem pleiteadas pelos usineiros são conhecidas e, certamente, envolverão a demanda por incentivos fiscais.
Coronavírus afeta exportações do agro em março
As exportações agropecuárias sentiram o efeito do coronavírus no mês passado. Segundo publicou a coluna Vaivém da Folha de S.Paulo, neste sábado (2), à exceção da soja e seus derivados, os demais itens tiveram comportamento bem inferior ao de fevereiro. Esse efeito veio principalmente da demanda externa. Mesmo assim, as exportações de produtos básicos, onde estão incluídos agropecuária, minério e petróleo, aumentaram para 57% a participação na balança comercial de março, acima dos 54% de igual período de 2019. Isso mostra que, mesmo com a desaceleração, os básicos tiveram desempenho ainda melhor do que os industrializados nas exportações. O setor de carnes foi um dos que perderam força. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) desta sexta-feira (1) mostram que o volume médio diário das exportações de carne de frango in natura recuou 14% no mês passado, em relação a fevereiro. A carne suína caiu 11%, e a bovina, 7%. Apesar dessa desaceleração nas exportações de março, as carnes in natura já renderam US$ 3,57 bilhões neste ano, 23% mais do que em igual período do ano passado. O açúcar teve queda de 9% no volume exportado. As receitas do primeiro trimestre, no entanto, estão com evolução de 36% em relação a janeiro-março de 2019. As exportações renderam US$ 1,1 bilhão no trimestre. O grande destaque da balança do mês passado foi o complexo soja. As exportações de grãos atingiram 11,6 milhões de toneladas, o maior volume para os meses de março e o segundo maior na história do país. O volume do mês passado é inferior apenas aos 12,4 milhões de toneladas de maio de 2016, um mês tradicionalmente de volume elevado nas exportações. Daniele Siqueira, da AgRural, diz que o grande volume de março ocorreu devido a atrasos nos embarques de fevereiro. Houve uma demora para a soja chegar aos portos, devido a atraso na colheita. Além disso, chuva e congestionamento de navios nos portos dificultaram os embarques. Os portos da China, devido ao coronavírus, tinham dificuldades nos desembarques. O desempenho fraco durou até a primeira quinzena. Na segunda, houve uma forte aceleração dos embarques. O movimento será intenso também neste mês, uma vez que já está programada a movimentação de 11 milhões de toneladas. O ritmo da colheita provocou atraso também na moagem e no embarque de farelo e de óleo de soja. Os números do mês passado, em relação aos de fevereiro, são impressionantes. As exportações de soja aumentaram 86%, as de farelo, 66%, e as de óleo, 39%. O complexo soja já rendeu US$ 7,6 bilhões no primeiro trimestre, 7% mais do que em 2019. O Brasil deverá exportar de 70 milhões a 73 milhões de toneladas de soja neste ano. O produto, mais uma vez, vai trazer uma boa renda para os produtores. A saca ultrapassou pela primeira vez os R$ 100 nos portos brasileiros. As compras aceleradas da China neste primeiro semestre e o real desvalorizado são os propulsores do complexo soja. No segundo semestre, a China deverá se voltar para as compras nos Estados Unidos, dependendo do resultado da safra dos americanos.
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O Boletim NK, produzido pela NK Consultores Relações Governamentais, é uma compilação das principais notícias publicadas em meios de comunicação do país sobre temas ligados ao setor.
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