Descoberta pode alavancar indústria de biológicos
O mercado de produtos de base biológica para a agricultura avança no país. E uma descoberta pode alavancar ainda mais o setor, destacou o portal AgroLink nesta terça-feira (27). Pesquisadores brasileiros e americanos conseguiram aperfeiçoar a técnica de fermentação líquida submersa (FLS), visando à produção em escala industrial de biomassa de fungos filamentosos, usados na composição de pesticidas biológicos para a proteção de culturas. Esse processo impulsiona a produção de fungos para o controle biológico de pragas e doenças na lavoura. O método é voltado especialmente aos fungos entomopatogênicos e micoparasitas de importância agrícola e foi realizada com as espécies Beauveria bassiana e Trichoderma. É mais barato que o método convencional usado e permite células fúngicas mais estáveis e que têm maior potencial no campo. O FLS também é mais rápido. A produção leva de dois a três dias, enquanto o convencional chamado de FSE pode levar até dez dias, no caso da espécie Beauveria bassiana. As pesquisas culminaram no registro de duas patentes de uso comum nos países. A técnica também pode ser adaptada para produção de outros fungos benéficos, como Cordyceps (Isaria), Akanthomyces (Lecanicillium), Hirsutella e Metarhizium, entre outros. Com menos custo e tempo a ideia é que este processo possa atender a uma demanda da indústria de defensivos biológicos, que anseia pelo desenvolvimento de métodos mais eficientes e capazes de viabilizar economicamente a produção em larga escala desses fungos, usados no biocontrole de pragas e doenças como alternativa ao uso de pesticidas químicos. Empresas do setor de biopesticidas têm procurado a Embrapa para desenvolver projetos de otimização de FLS para fungos biocontroladores de insetos, fitopatógenos e nematoides. A descoberta foi feita durante o doutorado do analista da Embrapa Meio Ambiente (SP) Gabriel Mascarin, nos Estados Unidos, em 2015, orientado pelo pesquisador Mark Alan Jackson, do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS-USDA). “Acreditamos que o avanço gerado pode revolucionar a indústria de bioinsumos, uma vez que a tecnologia abre o caminho para substituição dos processos na planta industrial, que atualmente estão calcados na fermentação sólida, um método oneroso e economicamente menos eficiente”, destaca Mascarin. Até 2015 existiam apenas 107 registros de produtos biológicos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Atualmente existem atualmente 309 biodefensivos registrados. Em 2019, houve registro de 43 produtos. Em 2020, até o fim de junho, o Mapa concedeu 28 registros. Segundo levantamento da CropLife Brasil os fungos respondem por 39% das soluções biológicas. Em seguida vem as bactérias, com 18,7% e os insetos com 15,5%. Ainda aparecem na lista semiquímicos, bioquímicos, vírus, nematoides e ácaros.
Regularização fundiária dará ao proprietário o dever de preservar o meio ambiente, diz Mourão
O processo de regularização fundiária na Amazônia deve ser acelerado a partir de dezembro deste ano. A expectativa é que a regularização alcance mais de 700 mil famílias de assentados e cerca de 200 mil famílias que vivem em posses precárias na região. As informações são do presidente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Geraldo Melo Filho, que, nesta segunda-feira (26), foi o convidado do vice-presidente Hamilton Mourão, no Programa Por Dentro da Amazônia, que vai ao ar semanalmente na Rádio Nacional. “Já fim do ano agora, nossas ações de regularização fundiária estão sendo aceleradas e, ainda antes do final do ano, as primeiras ações de campo estarão acontecendo na Amazônia com força tarefa de trabalho em Rondônia e no Pará já com as primeiras emissões de títulos acontecendo”, disse o presidente do Incra. Segundo o Governo Federal com o título da terra em mãos, as famílias passam a ter acesso a políticas públicas com o crédito e assistência técnica. O vice-presidente Hamilton Mourão, que também preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, lembrou que a regularização fundiária traz benefícios, mas também deveres quanto a preservação ambiental nas propriedades e responsabilização por ilegalidades. Para obter o registro da terra, é preciso cumprir o Código Florestal, que exige 80% de preservação nas propriedades rurais localizadas na região da Amazônia Legal. Com a área regularizada, os proprietários terão de responder por eventuais irregularidades, como queimadas ou desmatamento ilegal, que venham a ocorrer nos terrenos. Está marcada para o dia 3 de novembro a próxima reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal com a participação de ministros para discutir temas relativos à preservação da região. Segundo Hamilton Mourão, a Operação Verde Brasil 2 deverá ser prorrogada até abril de 2021. A operação foi iniciada em maio com o objetivo de prevenir e reprimir delitos ambientais na Amazônia Legal e seria encerrada em novembro. “Estamos com o recurso e o recurso é suficiente para chegar até abril”, disse Mourão em entrevista a jornalistas na manhã desta segunda-feira. “Precisamos prosseguir porque queremos entrar em um ciclo virtuoso de queda do desmatamento. É nosso compromisso derrubar isso. E para derrubar tem que ter gente em campo, fiscalizando”, completou.
Ministra Tereza Cristina destaca trabalho do Mapa para estimular organização das mulheres no campo
A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) destacou que o Mapa está trabalhando para estimular a organização das mulheres no campo, ao participar nesta segunda-feira (26) do 5º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio. Tereza Cristina defendeu o cooperativismo como uma das formas de organização das produtoras rurais para terem acesso a tecnologia, mais crédito e recursos produtivos, desafios enfrentados por elas no campo. Além disso, os setores organizados conseguem se recuperar de forma mais rápida diante de uma crise, como ocorre durante a pandemia do coronavírus. As cooperativas, por exemplo, receberam R$ 60 milhões como crédito extra para capital de giro na pandemia. A ministra relatou que o setor de hortifrútis enfrentou dificuldades no início da pandemia, em razão do fechamento das feiras livres, mas conseguiu se recuperar por ter se organizado. Ela contou que recebeu sugestões, inclusive, de cooperativas lideradas por mulheres de como deveria ser a retomada das vendas de frutas e hortaliças. No Brasil, 19% dos estabelecimentos rurais são dirigidos por mulheres, totalizando quase 1 milhão que trabalham como produtoras, segundo Censo Agropecuário 2017, do IBGE. A maioria está na Região Nordeste (57%), seguidas pelo Sudeste (14%), Norte (12%), Sul (11%) e Centro-Oeste (6%). De acordo com Tereza Cristina, o cooperativismo é uma das linhas de ação do AgroNordeste, programa voltado para pequenos e médios produtores da região que já comercializam parte da produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio. A ministra informou que o Mapa está estimulando que grandes cooperativas localizadas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste façam parcerias com entidades do Nordeste para troca de experiências. A ministra da Agricultura de Portugal, Maria do Céu Antunes, destacou também a importância das organizações dirigidas por mulheres e relatou casos de sucesso nas produções de vinho e pera em seu país. A líder da Aliança das Cooperativas Internacionais na América, Graciela Fernandez, do Uruguai, destacou a forte presença brasileira no cooperativismo e como esse tipo de organização ajuda no enfrentamento das questões de gênero no campo. As participantes citaram a criação de redes para compartilhamento de bons exemplos e iniciativas, além da troca de experiências entre países. Segundo a ministra Tereza Cristina, o Brasil irá organizar a ida de produtores de queijos a Portugal para aprender técnicas de produção no país. No evento, a ministra ressaltou a necessidade dos produtores rurais se adequarem às exigências do mercado consumidor globalizado, como a implantação da rastreabilidade dos produtos. Segundo Tereza Cristina, o Mapa disponibiliza protocolos com orientações para os produtores rurais.
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